quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O Avesso do Verso

Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á.
Mateus 16:25

Começamos mais um ano!
E nessa monótona rotina de entra ano e sai ano, os pensamentos e promessas da humanidade não mudam.
Quase todas as pessoas prometem a si mesmos um emprego melhor, captar mais recursos, trocar de carro ou casa, e evoluir até no amor. Alguns prometem mais tempo para os filhos, e outros buscam ter os filhos que não tem. Enfim, são tantos os tipos de promessas que vão desde as mais egoístas até os mais estranhos e bizarros.
Eu aprecio essa coisa de renovar votos e firmar promessas a cada ano que se inicia, embora uma insignificante minoria consiga cumprir e alcançar a metas estabelecidas.

Deus, certamente colocou no coração humano essa necessidade de "renovação" e até a bíblia nos ensina a contar os nossos dias (Slm 90:12). O mais interessante é que o sentido de contar não é necessariamente levantar as estatísticas da quantidade de tempo que se vive. Trata-se de avaliar a qualidade do tempo contado, refletindo sempre no que deve ser excluído, mantido ou renovado afim de alcançar sabedoria com isso.
Dentro de toda essa ideia de contar os dias, renovar, incluir metas há um verso dissonante dentro de todo o cenário que vivemos.
Quem se diz adepto/discípulo de Jesus, ou pelo menos busca o discipulado deve estar atento sobre suas prioridades nos conceitos renovatórios e de buscas pessoais. É muito comum dentro dessa busca desenfreada por qualidade de vida e conforto perdermos o foco do que realmente é importante.

Mateus 16:25 na maioria das vezes é interpretado apenas no sentido físico literal das palavras do verso.
Mas a aplicabilidade desse verso é mais abrangente do que se imagina e está presente em tudo. Inclusive posso/devo aplica-lo como referencia de conduta de vida a cada novo ano que tem início. 

Aquele que quiser "salvar sua vida" baseado unicamente na busca por seus próprios interesses dessa fútil e passageira vida, irá perdê-la, entretanto aquele que "perde o melhor desta vida fútil" por amor de Jesus, acha a Vida. E essa vida oferecida por Jesus que realmente interessa quando avaliamos a grandiosidade do que Deus nos dá em contra partida com que os maiores bens e recursos que esta terra podem oferecer.

O avesso desse verso é exatamente o que a maioria vive, e o que reforça o fato de que o adepto e seguidor de Cristo está sempre caminhando no sentido inverso da multidão.
Não viva o Avesso do Verso. 
Viva o Verso Vivo!

terça-feira, 7 de junho de 2011

1km Teologia / 1cm Profundidade

Outro dia desses tentava entender algumas questões humanas.
Suas teorias a respeito da sociedade como um todo, além da forma de viver e lidar com algumas questões humanitárias de senso comum.

A tal sociedade vive constantes mudanças estruturais, mas a essência da perversidade, egoísmo e ignorância, são coisas que ela carrega por anos pelo simples fato de nascermos com essa tendência a prática do mal.
Certo dia ouvi a respeito das sociedades religiosas. Muitas são bem estruturadas, com seus conceitos e doutrinas bastante coerentes. Defendem seus ideais, valorizam os princípios e organizam seus eventos solidários.

Essas sociedades tem uma influência muito grande sobre o resto das pessoas, que de alguma forma colocam a esperança de um mundo melhor nos "religiosos", por entenderem que eles são os defensores e guardiões dos bons constumes e da boa conduta.
Porém, como toda a sociedade, a tendência natural em fazer e praticar o mal distorce o fato do que elas são com o que deveriam ser.

Não critico as religiões, inclusive me simpatizo ao adventismo, mas o som que ouço nas comunidades religiosas em geral, não harmoniza com as condutas pessoais dos que exibem cargos, posições e conhecimento. O Som Dissonante, resultado desse contraste, é quase insuportável. Não fosse também as mesmas práticas que acabam nos deixando na mesma situação.

Ao conviver com algumas estruturas religiosas, mais organizadas e tradicionais, vejo uma comunidade até certo ponto inteligente. Pessoas que detêm um conhecimento acima da média. Líderes e liderados que lêem e compreendem algumas questões filosóficas da vida com coerência, racionalidade e influência. Dominam conhecimentos teológicos e entendem com uma distinta aptidão as teorias de conduta de vida, baseadas nos preceitos, normas e leis "divinas", além interpretar as ações socias baseados na realidade cultural local.

Seria tudo perfeito, se não fosse a falta de aplicação de todo esse conhecimento na vida pessoal.
Num mundo de hoje, onde a quantidade de informação é assustadoramente enorme, instituições mais tradicionais zelam pelo título de detentores do conhecimento sem preocupar-se com a conduta exigida pela informação que adquiriram.
Religiões e suas organizações são reconhecidas através da matemática racional de uma fração imprópria:
1km de Teologia / 1cm de profundidade... (como do quadro ao lado).
Algumas religiões justificam a "teologia de amor ao próximo", criando Departamentos e Associações de Ajuda... o que é absolutamente louvável. Porém, lembro que isso pode estar colaborando em deixar o mundo mais "frio" do que já é.
Se quero ajudar ao próximo, não preciso mais me envolver. Basta apenas dar minha contribuição (financeira) a qualquer instituição e me considerar um agente do bem ou do amor ao próximo.
É a tentativa insana de negociar com Deus meu papel pessoal de influência no mundo. É pagar pra não fazer, tentando financiar alguém pra fazer por mim o que somente eu posso fazer.

Infelizmente esse é o reflexo da maioria das pessoas que compõem as Comunidades Religiosas.
Tem o conhecimento Teológico e humano da extensão de uma "auto estrada", e a prática individual com uma medíocre profundidade, exatamente como o prato raso que pessoalmente oferecem ao próximo.
Reflita sobre o que você verdadeiramente é nesse contexto.
E não pense que você não tem nada com isso.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O Retorno da Alegria

A dissonante idéia de que a Alegria se compra e que está em extinção ouve-se por todas as partes.
Afinal, o que me faz alegre? Que motivos teria pra ser alegre?
Começamos o ano com tragédias e catástrofes pelo mundo.
Violência urbana em alta, juntamente com os conflitos familiares e mais um monte de coisas que os tele jornais só não expõem por falta de tempo na grade do programa.

Alegria tem um som confuso nos dias de hoje.
Distorce os valores morais e ignora a consciência sã.

Posso me alegrar fugazmente por uma noite. Essa é a Alegria de quem dorme com os anjos e acorda com o Demônio.

Posso me alegrar com o que ganho ilicitamente. Afinal, a busca pela "felicidade", não tem regras hoje em dia.

Posso me alegrar com a vingança bem sucedida, sobre quem me fez o mal.

Posso me alegrar com tantas coisas quanto possa me justificar.
O Problema é que as pessoas justificam o mal que fazem com o bem que lhes é proporcionado (se é que existe realmente o bem).

pois bem...
Na contramão disso tudo, vai minha polêmica alegria.
As Catástrofes que ocorreram no Rio de Janeiro, me trouxeram tristeza. Mas em seguida pude ouvir novamente o som original da alegria.

O lado bom das tragédias, é que de alguma forma a humanidade se volta para o que havia esquecido. E infelizmente só exercitamos a nobreza quando estamos no meio do Caos.
Ver um povo se mobilizando para dar a quem não tinha mais, foi algo que vi com um sorriso no rosto.
Sei que muitas pessoas experimentaram a Alegria na sua verdadeira Essência!

É essa Alegria que gostaria de ver novamente. Baseada no amor ao próximo e no espírito voluntário!
Você pode obter a alegria de diversas formas nesse complicado planeta, e por mais que você até se esforce para se alegrar com o que não te faz realmente feliz, procure deter-se no que realmente tem valor, lembrando-se sempre que seu lugar não é aqui!

Faça a diferença no meio do Caos, mas não espere o Caos pra fazer diferença.
Alegria, alegria...

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ano "reNovo"

Enfim...
Mais que um novo ano, tem início a nova década.
Estranho olhar para as pessoas e para tudo nessa época do ano.
Pessoas são influenciadas pela idéia da renovação. Só que ser influenciado pela idéia da renovação todo o ano é a repetição de algo que não tem nada de novo.
Então... se renovar é tornar algo novo, onde está a essência do que de fato é novo.
Nem tente ficar pensando sobre isso. A cabeça literalmente dá um nó por que vc acaba descobrindo que nada é novo. Tudo é renovado, transformado, adaptado, reeditado. As idéias, as fórmulas, os pensamentos, os desejos, enfim, tudo é uma discreta reformulação de algo previamente criado por sabe-se lá quem.
Assim, o que se chama de novidade pode ser entendida como conceito da atualidade.
Nem eu, nem você podemos criar nada absolutamente novo!
Não somos "Criadores", e como criaturas estamos limitados a tornar algo novo pela transformação de algo já existente!
Bem... pra terminar e filosofias a parte, 2011 é o ano do coelho.
Símbolo de prosperidade e sucesso. Mas espero que ninguém alcance a plenitude da prosperidade e do sucesso. Espero que os alvos nunca sejam alcançados.
A dissonante idéia pode ser a chave da harmonia da vida.
A eterna busca por algo que nos mantém vivos ou dispostos a viver ou sobreviver.
Não há nenhuma novidade nesse pensamento.
Tavez seja uma reedição de algum pensamento do passado, que se repete de tempos em tempos renovando o que já foi renovado.
Então... Feliz ano "renovo"!


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Impulso, o Instinto

De todas as características fascinantes do ser humano, eis a que mais me impressiona:

O Impulso.
Ele move todas as coisas e pode ser resumido como um estímulo capaz de libertar o que somos verdadeiramente através da exposição do caráter por um ato espontâneo.
O dicionário define o impulso como uma "necessidade imperiosa, muitas vezes irresistível, que leva certos indivíduos à prática de atos descontrolados ou irrefletidos".
Olhando para esse tipo de definição, é fácil deixar-se levar pela idéia de que o impulso é um estímulo perigoso. Se acreditasse que o ser humano veio a existência por meio da evolução como dizia Darwin, eu afirmaria que o impulso seria uma herança genética dos nossos "antepassados". Um instinto primitivo que é facilmente detectado nos animais.

Para muitos, o impulso é a origem de todo o mal. É através dele que sentimentos como Ódio, Raiva, Medo se tornam visíveis e onde todas as ações são repletas de conseqüências.
Todos nós agimos por impulsos, e não devemos jamais negar esse tipo de idéia.

Somos tão impulsivos quanto um animal em perigo. Só que esse tipo de conversa, acredito que todo mundo já conhece. A maioria de nós encara esses impulsos como coisas ruins por que é difícil deixar de associar esses estímulos com as atitudes de Ódio quando encontramos um inimigo, ou descontrole que vem da Raiva num desentendimento de briga de casal.

Contudo, há outra face que é ignorada. Se não acredito que sou fruto da evolução como Charles dizia, só posso acreditar que minha origem é Divina. Sendo assim, esses instintos impulsivos têm as marcas do meu Criador. E se esse instinto foi parte do projeto humano, como posso entender isso como uma marca ruim?
Temos certas tendências a ver o lado negro das coisas por que agimos como seres da escuridão por influência de todo o mal que vemos, ouvimos e sentimos.

Mas dissonantemente a tudo isso que se vê e se ouve, acredito que meus impulsos podem ser a marca de um caráter nobre que não faz parte do contexto geral.
Nós, ao longo da vida, alteramos a direção dos nossos impulsos e despejamos esse poder de ação em atos que acabam nos envergonhando cedo ou tarde.
É tão fácil despejar um vasto repertório de palavras vulgares em inimigos (e até amigos), do que perdoar por “Impulso”.

Tenho a clara certeza de que alguns de meus impulsos são do bem, mas eu consigo ignorar esse instinto quando deixo de ajudar alguém que realmente precisa de mim. E isso acontece a todo o momento. São diversas oportunidades que acontecem todos os dias, mas aprendemos a domar os Impulsos certos e a alimentar os Impulsos “errados”.

É preciso entender que esses Impulsos que nos levam a prática de atos descontrolados ou irrefletidos não são o problema. Afinal, manter tudo sob controle e refletir sobre tudo leva tempo, e definitivamente o tempo é algo que não temos.
Não posso deixar de agir por impulso. Isso faz parte de mim. Devo sim, me deixar levar pelos instintos. Devo sim sentir a raiva, o ódio e o medo, afinal sentir essas coisas me fazem sentir “vivo”. Devo me apaixonar, desejar, gritar, e realizar tudo que tem origem no ímpeto do que sinto.

Não se preocupe achando que alguns sentimentos tomados por impulsos são proibidos.
Nada é proibido. Proibido é deixar de viver esses Impulsos que são dádivas divinas.
Preocupe-se apenas em não fazer o mal às pessoas próximas, avaliando sempre as conseqüências dos atos Impulsivos, o que não significa deixar de agir por Impulso.
As ações movidas pelos Impulsos são nossas características pessoais. Fazem parte dessa coisa fascinante que é a mente humana e suas aparentes controvérsias.

Como contador eu definiria esses sentimentos Impulsivos como valores “Brutos”, onde devo fazer os devidos “Descontos” retento parte do que sinto, diminuindo esses valores para que a exposição dos sentimentos na sua forma “Líquida”,sejam aceitáveis ou compreensíveis a todos que de alguma forma são atingidos e/ou influenciados pelas conseqüências dos meus Impulsos.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Em Paz na Guerra!

O que pode parecer improvável, tem possibilidades definitivamente reais.
Estar em Paz nos dias de hoje tem um tom, de fato, "dissonante".
Trata-se da projeção do que não é racionalmente real.
Pode ser tanta coisa que nos limitamos a pensar pequeno. Podemos imaginar que estar em Paz na guerra pode ser o esforço das minhas faculdades mentais, intelectuais e espirituias em manter o foco nas coisas nobres ou do bem. Em outras palavras, é como se eu pudesse andar como um anjo no inferno.
Parece ficção, mas com as as ideologias corretas, é algo perfeitamente alcançável.
Paz tem várias intepretações que variam da realidade e experiência de vida.
Paz pode vir da música Clássica que ouço, como também do Rock and Roll no final de um expediente.
Paz é o sentimento de realização e satisfação comigo mesmo.
Os dias de guerra (muitas vezes literiais), fazem com que a paz seja loucamente almejada por todos, mas curiosamente ela é alcançada por poucos.
Paz na Guerra, pode ser compreendida como meu estado de espírito na minha luta diária e solitária de estar de bem comigo mesmo e com meus próximos.
O foco para a maioria das pessoas sempre está na linguagem figurada da Paz, onde a Paz é a manifestação do Amor e coisa e tal...
Mas tem coisas que são necessárias serem vistas de outro modo.
Quando se coloca o Amor como razão da Paz, não se diz muita coisa. O amor também é a razão da Guerra.
Amor é uma Guerra!
Pode não ter o terror das mortes e mutilações, mas faz feridos com tanta dor quanto uma...
Pode não apresentar as mesmas conquistas realizadas pelas operações bem sucedidas, mas tem a motivação que a faz tão intensa.
Pode não ter razão alguma, exatamente como todas as Guerras.
Assim como as Guerras, começa facilmente, e é difícil de terminar.
Criamos muitas tréguas durante a vida, mas nunca conseguimos finalizar com sucesso uma ofensiva. Guerras surgem uma após outra. Há ainda, raros casos em que se é possível lutar em duas ao mesmo tempo.
E nesse curioso cenário, como posso entender a Paz?
Nesse contexto, não quero entender!
Nesse louco pensamento que tenho, acho que meu único objetivo é alcançar a Paz, cuidando para que a Guerra nunca termine!

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A Pessoa IDEAL

Outro dia fui surpreendido com esse velho assunto.
A receita da pessoa perfeita. O Cara ideal! A Menina ideal!
Ouvi tanta coisa a respeito que me perdi em tudo que havia projetado sobre o assunto.
Houve um tempo em que tinha como convicção a idéia de que devemos buscar pessoas semelhantes a nós mesmos. Gostos semelhantes. Apreciação pelas mesmas coisas como uma música, um programa de tv, um filme, um time de futebol, etc.
Aquela velha teoria da vida tranqüila e pacata. Como dois anjinhos caminhando pelo paraíso. Sem diferenças, sem intrigas e sem discussões.
Defendi essa teoria por muito tempo, até começar a me inclinar para o avesso.
Todos temos uma natureza ruim, e me parece que o mal tem que fazer parte do contexto para que eu seja plenamente feliz.
Comecei a ver que as pessoas diferentes conseguiam "sobreviver" por mais tempo. Aqueles contrastes absurdos de temperamentos entre pessoas, pareciam se encaixar dentro da perspectiva em que um completava o outro.
Comecei a ver que,embora fosse extremamente irritante estar com alguém tão diferente, as minhas necessidades eram preenchidas. Que é muito bom perder o sono por alguém. Que o sofrimento faz parte do aprendizado. E tudo que me parecia ser errado tinha um tom dissonante de satisfação.
Há um estranho sentimento de realização quando uma discórdia é resolvida. Sentimento esse que não é possível viver com tanta intensidade quando nos relacionamos com pessoas muito semelhantes a nós mesmos.
Mas... hoje... nenhuma dessas teorias faz sentido pra mim.
É perca de tempo buscar a pessoa que se parece comigo ou aquela que não tem nada a ver comigo na intenção de encontrar a pessoa ideal.
A receita da pessoa ideal tem um tempero que muda a perspectiva do sabor da vida.
O amor verdadeiro burla qualquer regra que eu tenha como definitiva nessa busca pela perfeição.
É impossível criar regras que possam definir o caminho para a pessoa perfeita, pois quando uma pessoa imperfeita é vista aos olhos do amor, ela torna-se imaculadamente Ideal.
Não há como revidar esse golpe que o amor dá.
Dissonantemente é algo tão surpreendente quanto ouvir um clássico do Heavy Metal ou Rock sobre a interpretação de uma Orquestra Sinfônica! É exatamente isso que o amor faz. Muda a forma de ver. Exalta as qualidades, transforma as debilidades e torna tudo mágico a ponto de ver tudo com absoluta perfeição.
Então, se você procura a "Pessoa Ideal", acredite. Essa pessoa está mais próxima do que se imagina. Basta ajustar seu foco e ampliar a visão.