terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Impulso, o Instinto

De todas as características fascinantes do ser humano, eis a que mais me impressiona:

O Impulso.
Ele move todas as coisas e pode ser resumido como um estímulo capaz de libertar o que somos verdadeiramente através da exposição do caráter por um ato espontâneo.
O dicionário define o impulso como uma "necessidade imperiosa, muitas vezes irresistível, que leva certos indivíduos à prática de atos descontrolados ou irrefletidos".
Olhando para esse tipo de definição, é fácil deixar-se levar pela idéia de que o impulso é um estímulo perigoso. Se acreditasse que o ser humano veio a existência por meio da evolução como dizia Darwin, eu afirmaria que o impulso seria uma herança genética dos nossos "antepassados". Um instinto primitivo que é facilmente detectado nos animais.

Para muitos, o impulso é a origem de todo o mal. É através dele que sentimentos como Ódio, Raiva, Medo se tornam visíveis e onde todas as ações são repletas de conseqüências.
Todos nós agimos por impulsos, e não devemos jamais negar esse tipo de idéia.

Somos tão impulsivos quanto um animal em perigo. Só que esse tipo de conversa, acredito que todo mundo já conhece. A maioria de nós encara esses impulsos como coisas ruins por que é difícil deixar de associar esses estímulos com as atitudes de Ódio quando encontramos um inimigo, ou descontrole que vem da Raiva num desentendimento de briga de casal.

Contudo, há outra face que é ignorada. Se não acredito que sou fruto da evolução como Charles dizia, só posso acreditar que minha origem é Divina. Sendo assim, esses instintos impulsivos têm as marcas do meu Criador. E se esse instinto foi parte do projeto humano, como posso entender isso como uma marca ruim?
Temos certas tendências a ver o lado negro das coisas por que agimos como seres da escuridão por influência de todo o mal que vemos, ouvimos e sentimos.

Mas dissonantemente a tudo isso que se vê e se ouve, acredito que meus impulsos podem ser a marca de um caráter nobre que não faz parte do contexto geral.
Nós, ao longo da vida, alteramos a direção dos nossos impulsos e despejamos esse poder de ação em atos que acabam nos envergonhando cedo ou tarde.
É tão fácil despejar um vasto repertório de palavras vulgares em inimigos (e até amigos), do que perdoar por “Impulso”.

Tenho a clara certeza de que alguns de meus impulsos são do bem, mas eu consigo ignorar esse instinto quando deixo de ajudar alguém que realmente precisa de mim. E isso acontece a todo o momento. São diversas oportunidades que acontecem todos os dias, mas aprendemos a domar os Impulsos certos e a alimentar os Impulsos “errados”.

É preciso entender que esses Impulsos que nos levam a prática de atos descontrolados ou irrefletidos não são o problema. Afinal, manter tudo sob controle e refletir sobre tudo leva tempo, e definitivamente o tempo é algo que não temos.
Não posso deixar de agir por impulso. Isso faz parte de mim. Devo sim, me deixar levar pelos instintos. Devo sim sentir a raiva, o ódio e o medo, afinal sentir essas coisas me fazem sentir “vivo”. Devo me apaixonar, desejar, gritar, e realizar tudo que tem origem no ímpeto do que sinto.

Não se preocupe achando que alguns sentimentos tomados por impulsos são proibidos.
Nada é proibido. Proibido é deixar de viver esses Impulsos que são dádivas divinas.
Preocupe-se apenas em não fazer o mal às pessoas próximas, avaliando sempre as conseqüências dos atos Impulsivos, o que não significa deixar de agir por Impulso.
As ações movidas pelos Impulsos são nossas características pessoais. Fazem parte dessa coisa fascinante que é a mente humana e suas aparentes controvérsias.

Como contador eu definiria esses sentimentos Impulsivos como valores “Brutos”, onde devo fazer os devidos “Descontos” retento parte do que sinto, diminuindo esses valores para que a exposição dos sentimentos na sua forma “Líquida”,sejam aceitáveis ou compreensíveis a todos que de alguma forma são atingidos e/ou influenciados pelas conseqüências dos meus Impulsos.